terça-feira, 30 de março de 2010

Subaru Outback: um pouco de mágica, Como anda a nova geração do modelo que está prestes a chegar ao Brasil





Está lá na foto: um veículo utilitário esportivo espaçoso, durão, totalmente moderno e amplamente capaz. Você está desculpado se tudo o que conseguir ver for uma perua esbelta. Ocorre uma mágica aqui. Pela primeira vez desde que podemos nos lembrar, uma montadora obteve o título de Utilitário Esportivo do Ano nos Estados Unidos por dois anos consecutivos. No terceiro trimestre do ano passado, equilibrando habilmente eficiência e tamanho, o novo Subaru Forester 2009 voltou para casa com o troféu Pinças de Ouro. Em 2010, enfrentando vários adversários de peso – e certamente uma propensão não declarada, mas muito real, entre nossos jurados contra vencedores repetidos – a quarta geração do Subaru Outback teve uma vitória decisiva de 10 a 1 na votação final.
Alguns veículos chegam às nossas competições de Carro do Ano (carros, utilitários esportivos, caminhonetes) prometendo uma vitória por causa da força bruta do motor, das engenhocas chamativas, ou da carroceria feita em materiais inovadores. O Outback não é um deles. Na verdade, ele passou quase despercebido pelas primeiras rodadas; as conversas antes dos testes pareciam apontar em outra direção – as linhas de nave espacial do Acura ZDX, o desempenho campeão do Audi Q5 no comparativo, o poderoso, porém eficiente V6 EcoBoost do Lincoln. Mas então, um a um, nossos pilotos de testes levaram o Outback para uma voltinha. E o burburinho começou a mudar de alvo. Parecia que, mais uma vez, a Subaru estava redefinindo o próprio conceito de “veículo utilitário esportivo” – congregando a versátil valentia dos verdadeiros utilitários esportivos com a condução refinada, consumo frugal e acesso fácil das peruas e sedãs. Mais uma vez, nossos jurados começaram a fazer anotações extras.
Nos Estados Unidos, a perua Legacy Outback já não existe mais (ela ainda será vendida no Japão e em outros países), substituída pela máquina maior e mais elegante que simplesmente eliminou o nome Legacy. A plataforma 2010 do Outback é nova, 7,1 cm maior no entre-eixos, 5 cm mais larga nos ombros e 5 cm mais curta tanto na frente quanto na traseira para melhorar os ângulos de ataque e saída. Embora o pacote final seja mais curto que seu predecessor, o espaço interno aumentou em sete por cento graças, em parte, ao teto mais alto – e o espaço para as pernas no banco traseiro aumentou em perceptíveis dez centímetros.
“Assento traseiro generoso – bastante espaço para cabeça e pernas”, escreveu Ron Kiino. “Enorme capacidade de carga também. Com 971 ou 2.019 litros (banco traseiro levantado ou rebatido), há mais espaço para carga do que os gêmeos da GM Terrain e Equinox.” A capacidade máxima de carga, na verdade, supera tanto um “utilitário esportivo clássico” como o Jeep Grand Cherokee quanto o grande Toyota “não é um crossover, é um carro” Venza.

O que revela parte da mágica do Subaru. Por exemplo, quando as barras transversais do rack no teto não são necessárias, elas se encaixam nos trilhos laterais, reduzindo em muito o ruído do vento – genialidade pura. E, enquanto a maioria das peruas e utilitários esportivos oferece uma cobertura dobrável para proteger as coisas lá atrás, no Outback essa cobertura se esconde por completo sob o piso de carga (em vez de, como de costume, simplesmente bloquear o piso e, enquanto você tenta colocar as bagagens, fazê-lo gritar impropérios que fariam crianças de cinco anos chorarem e as de nove correrem para denunciá-lo).
Mais mágica: com os novos 22,1 cm de altura em relação ao solo, o Outback 2010 chega a desbancar o Grand Cherokee – ainda assim, o Subaru também oferece uma altura menor para acesso ao interior que é mais próxima a um carro. “Uma feliz reposta à solução, ao modo crossover, de reduzir um utilitário esportivo a um tamanho humano”, anotou Todd Lassa. “Você sente a alma de um carro atrás do volante, com o capô longo e nivelado à frente – no entanto, ele tem quase 1,68 m de altura.”
Enquanto os beberrões V8 têm sido há tempos os queridinhos do mercado de utilitários esportivos no mercado norte-americano, o Outback, com apenas 1.645 kg, tem um bom desempenho com apenas quatro ou seis cilindros. O motor boxer, quatro cilindros, é uma versão atualizada do propulsor 2.5 litros naturalmente aspirado do ano passado e agora faz parceria tanto com uma transmissão continuamente variável (CVT) ou com uma nova caixa manual de seis marchas – uma boa novidade para quem prefere esse tipo de câmbio. Com a opção CVT, o Outback faz 9,35 km/l na cidade e 12,32 km/l na estrada – um novo patamar para o Outback. Uma nova opção é o motor 3.6 boxer de cabeçote duplo que, usando gasolina comum em vez da premium de que o antigo 3.0 precisava, produz 259,5 cv de potência e 35,15 kgfm de torque. “Adora rotações altas e é suave e refinado até chegar à faixa vermelha”, escreveu Kiino. Os seis cilindros se acoplam a um câmbio automático de cinco marchas. padrão que agora inclui borboletas de trocas e um sistema que ajusta as rotações em reduções de marcha
A Subaru entrega o Outback em três sabores de tração integral. Os modelos básicos de transmissão manual têm um diferencial blocante central com acoplamento viscoso e distribuição de torque de 50/50, além da possibilidade de transferir o torque do eixo sem aderência. Os Outbacks de quatro cilindros com a transmissão CVT substituem o acoplamento viscoso por uma embreagem continuamente variável controlada eletronicamente. Finalmente, todas as versões de seis cilindros usam o sistema de distribuição variável de torque da Subaru, combinando um diferencial central com uma embreagem hidráulica controlada eletronicamente para distribuir a potência conforme o necessário (a divisão em condições normais é 45% no eixo dianteiro e 55% no traseiro).
Com a excepcional altura do solo, os sólidos sistemas de tração integral atingem um raro nível de competência sob qualquer condição climática e fora-de-estrada para uma máquina tão parecida com um carro. “Dinamicamente, é um dos melhores utilitários esportivos que há”, Lassa anotou. Kim Reynolds concorda: “Dá a impressão que ele poderia rodar em uma trilha off-road o mês inteiro sem reclamar, e mesmo assim também é muito agradável na estrada. Adorável sensação da direção na entrada de curva. Uma boa máquina.” Já Ed Loh disse: “Altamente confortável para o trânsito diário.
Curso suave da suspensão de sobra.” Não, o Outback não exibe os ângulos de ataque e saída extremos que permitem que um brutamonte como o Grand Cherokee escale rochedos, mas ele é muito mais bem equipado do que a maioria dos chamados crossovers. Você poderia dirigi-lo em todas as trilhas de deserto que não as mais difíceis. Ele também consegue transpor qualquer pista com neve exceto os casos mais extremos (não surpreende que a Subaru pareça ser a montadora não oficial do estado de Vermont).

Em resumo, sim, o Outback brilha com a valentia e versatilidade de um utilitário esportivo de classe. Porém, ele consegue isso sem as desvantagens típicas desse tipo de carro. O consumo de combustível com o motor de seis cilindros, por exemplo, é de 7,65 km/l na cidade e 10,62 km/l na estrada – melhor do que o 6,37/8,5 km/l do Grand Cherokee 4WD V6. E, enquanto o decidido 4Runner foi chamado de “frouxo” por seu desempenho na estrada, o Outback recebeu aplausos. “Divertido de dirigir, realmente como um carro”, disse Loh. Kiino acrescentou: “O conforto é fantástico – flexível, quieto e controlado, mas o desempenho não sofre. Alguma rolagem e saída de frente, mas o saldo final é de confiança. A estrutura também é muito sólida.”
Sólida, também, é a relação custo-benefício do Outback. Um modelo de quatro cilindros e câmbio manual custa a partir de 23.690 dólares (cerca de 44 mil reais) – razoáveis dois mil dólares abaixo do que o veículo semelhante que ele substitui. (Por um adicional de 300 dólares – 555 reais – a Subaru também oferece cinco modelos de quatro cilindros que obedecem às mais rígidas normas de emissões da Califórnia.) A versão Limited 3.6R – com assentos de couro, som de 440 watts e ar-condicionado de duas zonas – sai por 31.690 dólares (cerca de 59 mil reais). Entre os poucos opcionais constam sistema de navegação com tela sensível ao toque (2 mil dólares) e teto solar elétrico (995 dólares).
Loh oferece um resumo interessante: “Estou particularmente impressionado por como os engenheiros da Subaru acertaram nas pequenas e grandes coisas. Desde o início, eles incluíram características como grande altura do solo, baixo peso bruto e a transmissão CVT que bebe combustível em pequenos goles – além de detalhes como o rack do teto e a cobertura do porta-malas escamoteáveis. A Subaru fez seu dever de casa.”“Equilíbrio”, em outras palavras. Esse é o segredo da vitória do Outback. E talvez também um pouco de mágica.

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